quarta-feira, 9 de julho de 2008

Persignar-se


Sou da maçada sacada calada
Sou dos versos ocultos, sou nada
A boca do beijo estalado
E o toque do corpo silenciado.

Sou fado fadado a morrer emudecido
No toque do corpo não esquecido
Vivido na ideia de haver mundos afins
De haver boca na boca, florins.

De haver "sins" sinos tocados na igreja
Sinestesia dentro da alma que sofre e peja
Talvez eu te veja como qualquer transeunte
Na porta da igreja em ruínas fechada

Na sacada calada acabada arruinada
À beira do ridículo execrado
Sou à beira do mais doce verso ocultado
Sou o pejo e o fado, sou dado

Que gira e não para de vinte faces
Sou amor vendido por dois asses
Sou pardal ferido pelo fundibulário
Sou cristão, não uso escapulário

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