sou uma pluma que se soltou
das negras asas de uma águia
no mais alto da mais alta montanha
e deslizou nas macias asas dos ventos
até pousar na superfície do rio
que corre suave no mais profundo do vale
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
DANÇA DA MORTE
Não sabemos!
O desconhecido nos assusta e encanta
Não sabemos o ritmo desta dança
Mas estamos a valsar
Eu vou como quem diz: existe vida após a morte?
Entretanto, agora eu sinto o peito arfar
Se já quase morri afogado à beira-mar,
A sensação é de dançar
Freneticamente sobre um rio congelado
Quando o sol nos desafia
Quando nos levar
Ou ele leva ou mar
Valse comigo sobre o gelo!
Ou até nossos corpos quentes
Tornarem as águas correntes
Para nos acorrentar
Existe vida após amar?
Ou tudo começa quando te ouço falar?
Quando o fogo puericida nos laçar com sua chama ardente
Rasgando como arquecida a lembrança da paixão demente
Eu vou dançar e me esquecer
Ou andar sobre as águas, morrer...
Dançar e morrer.
Valsar ou morrer,
Amar, morrer.
O desconhecido nos assusta e encanta
Não sabemos o ritmo desta dança
Mas estamos a valsar
Eu vou como quem diz: existe vida após a morte?
Entretanto, agora eu sinto o peito arfar
Se já quase morri afogado à beira-mar,
A sensação é de dançar
Freneticamente sobre um rio congelado
Quando o sol nos desafia
Quando nos levar
Ou ele leva ou mar
Valse comigo sobre o gelo!
Ou até nossos corpos quentes
Tornarem as águas correntes
Para nos acorrentar
Existe vida após amar?
Ou tudo começa quando te ouço falar?
Quando o fogo puericida nos laçar com sua chama ardente
Rasgando como arquecida a lembrança da paixão demente
Eu vou dançar e me esquecer
Ou andar sobre as águas, morrer...
Dançar e morrer.
Valsar ou morrer,
Amar, morrer.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Mário Quintana
Lá, onde tudo se vê, afora eu,
Está o poeta na poeira do livro roto
O jornal que suas mãos macias
E flácidas manusearam
Noticia um assassinato
Lá, o poeta se vê e se esconde
Para não se assustar
O espelho em que se viu,
Embaçado como meus olhos
Que espreitam sua memória,
Reflete o meu anseio
De haver estado com ele
A beber chá de alecrim
Ele gosta?
Sua cama, sua lixeira
Sob a mesa de madeira maciça
Guardam segredos lúcidos que o poeta
Não ousou dizer
Um dia, quando eu morrer,
Quero que me veja sorrir de
Sua senilidade sem tamanho,
De seus olhos pertinazes,
De sua eternidade
Quando morrer, serei
Simples como um poeta morto
No seu quarto vazio de tudo,
Exceto de si mesmo
Está o poeta na poeira do livro roto
O jornal que suas mãos macias
E flácidas manusearam
Noticia um assassinato
Lá, o poeta se vê e se esconde
Para não se assustar
O espelho em que se viu,
Embaçado como meus olhos
Que espreitam sua memória,
Reflete o meu anseio
De haver estado com ele
A beber chá de alecrim
Ele gosta?
Sua cama, sua lixeira
Sob a mesa de madeira maciça
Guardam segredos lúcidos que o poeta
Não ousou dizer
Um dia, quando eu morrer,
Quero que me veja sorrir de
Sua senilidade sem tamanho,
De seus olhos pertinazes,
De sua eternidade
Quando morrer, serei
Simples como um poeta morto
No seu quarto vazio de tudo,
Exceto de si mesmo
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