quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Rio das Horas

Corre o rio das horas
no verde prado da noite.
O poeta sonha o divino
com as mãos estendidas às pedras
que deve lapidar.
Mas poeta não é poeta,
o que faz é apenas tornar-se.

No rio das horas navega o não-poeta
como se fosse balsa ou folha morta.

O poeta talha uma palavra que seja amor
no remo de navegar
mas não ouvem de lá.
Passa a margem indiferente
sonhando o dia de aportar.
Não leva o poeta uma caneta,
uma caneca ou flor na lapela
ele é de sonhar.
Corre o rio das horas
e o poeta não se agarra a galhos secos...

Nenhum comentário: