sábado, 1 de novembro de 2008

Pergunta

Onde está a Verdade de todas as coisas?
Dos átomos, das estrelas , das cores e sentidos
Que fremem num pulsar coruscante,
Constante num tempo de crestas ocas
(Vazios em que o badalar das torres,
Dos ponteiros e dos bits é irrelevante!)?

O Ser de todas as coisas que preexistiram
À eternidade foge-me nas unhas, nos ipês
No medo borgiano de girar sendo eu
E todas as vaidades das Letras,
Das bibliotecas queimadas e por queimar!

Eu consciente sigo a questionar-me onde estará!
Esta vagabunda linguagem, há pouco ignorada,
Soa-me fracamente em imagens etruscas quando oníricas,
Vagalume no fim do túnel da minha pergunta.
Ela não se (me) basta no tempo que conhecemos
Porque apodrece nos livros que nunca lemos.
Onde estará?

Se não está em mim, por que me foi permitido imaginá-la?

Volto aos meus dias de árvores e cabanas
E me pergunto por que não perguntava então!
O Sol era apenas a luz de todos os dias,
Nunca se acabaria...
Hoje me volto a ele como a uma religião
Exterminada pelos europeus no século XV!

Digo loucamente que a pergunta é só minha, pois só a ela tenho!

Verto a cada Sol o sangue de Paulo,
Porque não de Cristo que infelizmente não morreu
Nem ressuscitou!
(Isto porque o queria mudo por mais tempo!)

Se me alegro, talvez, porque o solo levemente crestado pelo Sol,
Pelas quimbas,
Dá-nos um verde intenso,
Depois de cem dias de sequidão na pergunta cerradina!
Porque a flor nunca cessa
Na Terra e no mar de estrelas!
Porque nela descanso daqui a zilhões de anos
É que choro e grito a minha pergunta!
Onde estará?

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