domingo, 19 de outubro de 2008

...

As minhas preces rolaram no teto marfim-azul do céu
Como Ismália em busca da alma no véu negro-sombra,
Silêncio das anáguas vermelhas da minguante Lua,
Perdidas no mausoléu infinito das crateras do tempo!

Eu estava lá como uma expectativa,
Entre estrelas e grilos, sussurros e desesperos.

Por que gritar para o Infinito se ele engole
Em seus ocos os ecos da Alma,
Sua prece, minha pergunta?

Por que, se o eterno retorno é mais uma religião secreta
De Nietzsche e muitos outros?

Eu sei até onde foi minha pergunta,
Onde o seu eco se dissipou.

Elas eram como lágrimas num rosto
Envelhecido pelo constante suspeitar!

E rolam até hoje em minha caneta...
Procuramos todos a mesma resposta;
A ela lhe damos um nome só nosso, o nosso.

Olho para o Céu e o Sol vem me atrapalhar
Porque me furta do silêncio da noite,
Do seu crispar.

Eu quero o distante, o longe, o outro!
Em mim, como eu nele, numa troca constante...

O outro está tão distante de mim
Como eu das estrelas.

O Sol não me permite olhá-lo por sua proximidade...
Apesar disto, não ouve minha prece
E me acorda todos os dias...

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